sexta-feira, 8 de outubro de 2010

Sobre a demissão de Maria Rita Kehl

 

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Escrevi inicialmente como um comentário no Facebook à notícia da demissão da Maria Rita Kehl pelo Estado de São Paulo, mas achei interessante trazer para deixar registrado aqui.

Isso porque, não apenas o texto que resultou na demissão da autora, como também o próprio ato da demissão, vem ao encontro de uma linha de análise que já vinha sendo tratada por aqui: o fato de que todo o discurso da tal “limitância” tucana online ser, essencialmente, baseado em preconceito, no que se pode chamar “pobrefobia” de certos setores da sociedade.

A campanha tucana é embasada e fortalecida essencialmente por preconceitos elitistas e por pura mesquinharia. O governo Lula tinha muito a ser criticado, mas o eleitorado tucano preferiu apontar a mira contra o "voto do pobre", os "vagabundos do bolsa família" e etc.

Mesmo não sendo entusiasta do PT que aí está e também não simpatizando com nenhuma das alternativas de esquerda presentes no nosso cenário, estou, agora, nesse segundo turno, com a Dilma. Isso por considerar a volta do PSDB um tremendo retrocesso e, fundamentalmente, porque NUNCA ninguém me verá fazendo coro com esse discurso escroto que tem sido o tom da "limitância" tucana por aí.

Posso mudar de opinião, como já mudei um bocado, posso rever minhas leituras de mundo, mas o essencial não muda, né? Baseado nesse essencial, eu não me junto pra fazer política com gente que tem ódio de pobre, sob nenhuma circunstância.

Sem entusiasmo algum, escolherei "o mal menor", votarei com base nisso e, principalmente, pela tremenda aversão ao discurso do "lado de lá".

Acredito que essa seja a única linha possível de ser seguida. Até mesmo os partidos de esquerda que se afastaram desse “novo PT” há algum tempo têm, nesse momento, como única escolha, fortalecer a campanha da Dilma, mesmo que seja exclusivamente para expressar o necessário repúdio ao “lado de lá”.  

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