quarta-feira, 25 de agosto de 2010

Hitler reage a falta de update da Motorola

Um passo adiante e um novo tropeço



Não é difícil constatar que a Motorola tardou a se encontrar na área dos smartphones. A empresa, que  inicialmente teve boa projeção no mercado de aparelhos de telefonia celular, estava comendo poeira com o crescimento da procura pelos aparelhinhos “de alto QI”. Enquanto sistemas como o BlackBerry, o Symbian usado pela Nokia, o Windows Mobile e mais recentemente o iOS da Apple disputavam mercado, a Motorola oferecia aparelhos comuns com inúteis penduricalhos em Java.

Por outro lado, é fácil constatar que o sistema operacional Android, da Google, caiu do céu para tirar a Motorola da amargura. Com o lançamento dos Droid, Milestone, Cliq XT (Quench) e vários outros modelos, com interessantes recursos somados à força que o Android ganhou rapidamente (o tal “toque de Midas” da Google), a Motorola emergiu no mercado e Smartphones e ganhou bastante prestígio na área.

Passo acertado, usuários satisfeitos, tinha que vir uma trapalhada pra queimar tudo? Pra gente de bom-senso, o ideal seria segurar a boa fama mantendo os usuários satisfeitos, mas os analistas da Motorola tomaram outro rumo. Isso porque todo possuidor da atual geração de smartphones Android espera ansiosamente pelo acesso aos benefícios da nova versão do sistema, que não sairá para a maior parte dos usuários de aparelhos da Motorola.

O hardware dos aparelhos é plenamente capaz de rodar a nova versão do Android, que inclusive será disponibilizada para os usuários norte-americanos. O fato é que a Motorola resolveu dar uma banana pro mercado latino-americano. Nenhum smartphone Android da Motorola receberá, por aqui, atualização do sistema operacional.

Só consigo imaginar um motivo para tal decisão: manter os usuários norte-americanos felizes e, no resto do mundo, testar experimentalmente se os usuários sacaneados pela não atualização do sistema correrão sorridentes para comprar os novos Milestone 2 ou Droid X. Não imagino que esses consumidores sejam tão burros quanto o autor de uma idéia desse tipo.

No meu ciclo de convivência e, através da internet, um pouco além dele, sou um formador de opinião quando o assunto é aquisição de tecnologias de uso pessoal, gadgets de toda natureza. Decidi, analisando o hardware e a relação custo/benefício do Motorola Quench, adotar o aparelho como minha escolha de smartphone. Só entre pessoas ligadas diretamente a mim, duas, ao saberem da minha preferência, adquiriram os seus Quench antes mesmo de eu ter o meu.

Acontece que tal decisão foi tomada tendo em vista que o aparelho, com um preço mais acessível comparado a outros smartphones, é equipado com um hardware interessante e capaz de rodar com bom desempenho qualquer versão do Android disponível, inclusive a 2.2. Acreditava que a  Motorola iria, aproveitando o bom momento que o Android está proporcionando, tentar satisfazer os novos usuários conquistados. Agora, nem os usuários do Milestone (de quase 2 mil reais), terão acesso oficial ao Android 2.2 (Froyo), enquanto o Quench (quase mil reais) simplesmente desapareceu da nova tabela de atualizações de sistema, como se o modelo sequer existisse, e provávelmente ficará preso à mais jurássica versão do sistema, a 1.5. A esperança de que o aparelho tivesse update oficial pelo menos até a versão 2.1 caiu por terra com a divulgação da nova tabela

Enquanto isso, empresas de fundo de quintal na China já começam a soltar no mercado smartphones baratos que já vem com o Android 2.1 e não tardarão a ser atualizados, oficial ou extra-oficialmente, para qualquer versão do sistema que seu hardware seja capaz de rodar.

É um quadro que, certamente, muda o tom das minhas  conversas sobre esse assunto de agora em diante. O ponto é: o Android, a meu ver, é a mais interessante plataforma para mobile devices existente, mas há nele uma segmentação de mercado complicada, que traz aos consumidores os riscos de ficarem a mercê da boa vontade de fabricantes que nem sempre estão interessados em satisfazê-los. Ao comprar um smartphone com Android, é preciso conhecer as marcas e se informar sobre seus históricos com relação à disponibilização dos updates do sistema. Ainda não me dei o trabalho de fazer esse levantamento, pois não penso em comprar tão cedo um novo aparelho, mas já tenho uma marca cortada de qualquer lista que eu venha a fazer: a Motorola.

Quanto ao meu Quench, ele vai ser atualizado, certamente, quando eu puser as mãos em alguma ROM hackeada do Cliq XT (nome do Quench nos EUA, onde sairá atualização oficial). A etapa mais "complicada", no Quench, para a instalação de ROMs alternativas é hackear o aparelho para ganhar acesso de super usuário, coisa que já tá feita aqui e qualquer um pode fazer seguindo tutoriais encontrados por aí.

Quanto à Motorola, espero que volte ao coma em que se encontrava no mercado de smartphones, dessa vez coma profundo, seguido de morte. Fiquei com raiva mesmo, não tanto pela ausência do update, mas pelo injustificado tratamento desigual aos consumidores fora dos EUA. 

Aos usuários sacaneados, resta seguir o pessoal do @MotoFail no Twitter e ajudá-los a dar um troco à Motorola. Eu já estou por lá.  É interessante também dar uma checada nessa matéria do Gizmodo sobre o tema das diferentes versões do Android e a política das empresas fabricantes de aparelhos. 


Atualizações:


1 - Leiam o ótimo post do Cardoso sobre o tema: http://bit.ly/dzQqbn

terça-feira, 17 de agosto de 2010

Geolocalização e redes sociais para quem tem vida social


Criei meu profile recentemente no Foursquare e, quando perguntado se queria chamar meus amigos, respondi que sim. Como o sistema do Motoblur integra, nos contatos do celular, todo mundo de todas as redes sociais e, eu acho, até mesmo gente com quem em algum momento eu troquei e-mails usando a conta do gmail, então isso deve ter provocado uma considerável chuva de “spam” por aí.  Agora, vez por outra, aparece alguém no MSN perguntando “o que é esse Foursquare”.

Para usar o sistema você precisa de um cadastro no site e de um smartphone com GPS e compatível com alguma versão do client deles (tem para todas as plataformas) e de uma conexão com a internet nesse aparelho, 3G ou até Wi-Fi (nos raros locais que disponibilizam). O software do Foursquare, instalado no seu smartphone, usa o GPS para saber onde você está. Você tem, então, a opção de acessar informações sobre bares, cinemas, teatros, shoppings, etc. ao redor daquele ponto. Todos esses dados são fornecidos pelos próprios usuários, pois o sistema possui um esquema de “joguinho” para estimular o envio de dados sobre os lugares, atribuindo algo como medalhas aos profiles dos “desbravadores” que cadastram novos lugares.

Com os dados atualmente disponíveis, o sistema já é bastante interessante. Ele sabe mais de bares, restaurantes, e etc. ao redor da minha casa do que eu. Com a popularização, tende a se tornar ainda mais legal, pois vão ficando mais viáveis as possibilidades de interação com seus amigos. Avisar os amigos que você está num happy hour num barzinho novo, por exemplo, não vai mais requerer longas ligações telefônicas para falar para todo mundo o endereço e como chegar. Se o lugar for novo e não cadastrado, basta ir em “add venue”, cadastrar a novidade e fazer o seu “check in”, o que possibilitará aos seus amigos saber onde você está, do que se trata o lugar e ter acesso à rota para chegar até lá através do Google Maps. 

Aí vem aquele dilema da privacidade, mas tem gente que bota foto de calcinha no Orkut e acha um absurdo dizer na internet que se encontra num barzinho, com a localização do lugar. Acho contraindicado para quem tem muitos inimigos e é ameaçado de morte, ou então para um sujeito muito “sequestrável”, tipo quem aparece na revista Caras. De resto, não vejo tanto problema de segurança e privacidade. É uma rede social que se acopla a uma vida social, diferente dessas onde as pessoas passam o tempo inteiro enfurnadas, chafurdando a vida alheia no Orkut sem ver o mundo lá fora. A idéia é tão legal que o Facebook já tá se mexendo pra roubar