A última atração no freak show da política brasileira é essa aglutinação da milicada saudosa da ditadura em torno do ministro Joaquim Barbosa, como se o homem fosse se animar em virar aliado político deste “peculiar” setor do espectro ideológico, que eu costumo chamar de “ala manicomial” da nossa direita. Não todo o contingente das Forças Armadas, que tem bons democratas, mas aquela velha "turma", sempre com o mesmo papo.
O general José Elito Carvalho Siqueira, muito solícito, escalou proteção do exército para o ministro, tomado simbolicamente como um herói nacional no processo do mensalão. Isso sem que houvesse qualquer indicativo de ameaça contra Barbosa. Parece que escalar homens armados pra montar vigília na casa de alguém é uma “gentileza”, na cabeça desse pessoal, feita como quem manda uma garrafa de vinho de presente a um amigo.
Essa é a pérola que circula pelas redes sociais. |
Não é o tipo de sujeito que vai ser seduzido por aquele “peculiar” grupo que fica salivando diante de qualquer ensejo pra tornar a ameaçar a democracia nesse país. Se é pra isso, escolham outro. Quem sabe o Gilmar Mendes. O Barbosa não vai! Falando nisso, por que mesmo o Gilmar anda tão quieto nessa história de mensalão, hein?
Imagino a situação do Barbosa agora e lembro dos motivos pelos quais eu, mesmo em momentos nos quais teria motivos para bater de frente e bater forte no PT, acabo optando por "pegar leve". Não me convém que a tal ala manicomial olhe pra mim como possível aliado. Ganhar a simpatia política dessa turma é um constrangimento pelo qual não desejo passar, daí imagino a saia justa em que se meteu o ministro, que tá ali apenas fazendo seu trabalho.
Está na hora da política brasileira amadurecer, de criar alternativas dentro do cenário democrático e de virar essa página desgraçada da nossa história. Ao mesmo tempo em que o PSDB acabou-se porque é incapaz de fazer oposição com inteligência crítica, quem aqui e acolá sobe no palanque da oposição é essa turma que range mais os dentes do que fala.
Foi por isso que as últimas eleições presidenciais foram um dos episódios mais imbecis da nossa história. Quando iniciaram-se as discussões, quem estava à frente da oposição era o tal Índio da Costa, delirando sobre as FARC, sobre o Foro de São Paulo e sobre todas as teorias de conspiração comunista que habitam as fantasias dessa ala manicomial da direita brasileira. O PSDB calado, só batendo palma pro doido dançar.